Nas minhas veias não corre sangue, escorrem palavras.
E aqui agora estou a sangrar, sangrar sobre o tempo, o vento, o Sol, o mar,
o mundo, o amor.
Eu tenho tanto a falar, tanto a sangrar.
Tantas coisas acontecem ao mesmo tempo.
Tantas palavras fluindo como o vento.
Quero fazer desta hemorragia um rio, quero desaguar.
A gente pensa muito, a gente fala mais ainda sem pensar.
Mas pra quê, pra quê guardar tudo o que se tem a falar?
Não, não vejo motivos para calar.
Vejo tanto a reclamar, tanto a declamar, tanto a derramar.
Tudo que pode se passar em Terra e mar.
Engraçado, pois estou aqui apenas escrevendo sem pensar,
e mesmo assim, tenho algo a falar.
Costumo dizer que para tudo nesta vida eu já escrevi algo.
Imaginemos o quanto ainda há para se viver,
o quanto ainda há para se escrever.
Poetizo os mais singelos momentos.
Mas para quem aprecia a vida, não existem singelos momentos.
Tudo acaba por se tornar esplêndido.
Tudo o que podemos fazer aqui em vida pode ser especial.
Olhemos para o que nos cerca, consegues ver?
Não?
Que cegueira é essa? É preguiça de reconhecer?
Acordemos! Vivamos!!
Nikusho, eu ainda te quero na minha prateleira, ao lado de Poe, Alvares de Azevedo, Baudelaire... ^^
ResponderExcluir